Quando houver silêncio
– Prosas Soltas –
Outubro 24, 2025

Quando houver silêncio, vivo – no ruído, só existo.
Mas o ruído nunca quer ceder; percorri décadas apenas a existir, sem nunca ser.
É preciso encontrar o silêncio cá dentro, mergulhar no som do nada, um filme mudo cheio de tudo. De tudo o resto, do Todo partido e repartido, desfolhado suavemente na clareira de uma floresta tranquila.
Só então o som da alma surgirá, seguro e são. Só então o som de ser se ouvirá, sagrado e simples.
É preciso encontrar o silêncio, é preciso encontrá-lo antes da morte.
Quando houver silêncio, haverá vida. E eu quero viver.