As sobras disto
Epicentro de um Destino
Setembro 29, 2024
Que mais há a fazer
Se não ser o que se pode
Viver o que se tem
Sonhar todos os dias
E todos os dias
Amar alguém?
A vida não nos faz vivos
– a ser e estar só existimos.
Não é vida sermos a sua carne
Mas senti-la a correr-nos nas veias,
Palpitar no peito agudo do dia,
Encher-nos a noite de ideias!
Tão-pouco é vida
Correr sem destino
– ilusão de óptica deste
técnico quotidiano.
Há mais vida
Em contemplar
O silêncio matutino
Que em cumprir
O ocaso ruidoso do engano.
As sobras disto
Reclama-as a morte
A quem não soube fazer melhor
Ou não lhe coube melhor sorte!