A memória não é apenas as recordações do que já passou.

A memória é muito mais que isso.

A memória une o que somos. Todos os dias podemos funcionar porque temos a nossa memória: a memória do que fizemos e do que vamos ainda fazer; a memória do que fomos e do que ainda projectamos vir a ser. Todos os passos do dia-a-dia são dados em função da memória. Sem ela, não sabemos o que temos de fazer, quem somos, para onde vamos, quando devemos mudar de rumo, como tomar decisões.

A memória pode ser gregária: as memórias dos outros juntam‑se e interagem com a nossa. Compõem todas uma rede de vivências e de partilhas constantes, dos sentimentos, das emoções, das ideias, dos actos. A união das memórias é a alavanca que impele o avançar do tempo, e o faz deter também.

Admiramos quem recorda com detalhe factos há muito distantes. Aplaudimos quem memoriza informação extensa com rapidez.

O que somos quando a memória adoece? Criaturas perdidas nas sombras de recordações aleatórias e difusas.

A memória guarda tudo o que precisamos para sermos quem somos. A memória é o papel e a tinta que a vida usa para escrever a sua história.

Cada história, todas as histórias deste livro, escritas e guardadas para sempre na memória: na minha, na tua, na do computador ou do telefone. Na memória virtual digital, provinda da memória analógica funcional.

Pedaços breves de vidas que vêm da memória de cada personagem, reunidas em contos, diálogos, ladainhas, desabafos, em histórias para ler e guardar – na memória temporária do olhar fugaz, ou na memória duradoura da alma branda.

Histórias que cabem na memória de cada um. E passam a pertencer‑lhe.

Todos os links destas histórias estão agora reunidos, para uma leitura mais fácil. Tens onze histórias para descobrir ou recordar! Boa leitura de Verão!

Onde, Como, Quando - chegou o Agora?

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Rosa sem perfume