Nestas linhas
– Prosas Soltas –
Junho 22, 2025
Vejo no meu rosto as linhas dos dias a crescerem, a expandirem-se, desde o centro da minha memória à periferia do meu quotidiano.
Olho o ontem e vejo o amanhã, neste hoje que o espelho capta, neste instante que deixo de ser (menos?) e sou (mais?).
Do que foi e do que ficou, do que fui e do que sou, linhas das mãos diluídas nas linhas que escrevo. Memórias dos anos diluídas nas histórias que invento.
Não tenho mais do que isto que sou: não há outro sítio onde estar, outro tempo a não perder, outra vida a existir. Cheguei onde tinha de ir, depois de 50 anos a vaguear.
Sei de onde parto agora: só não sei onde – quando? – irei parar.