Setembro
Epicentro de um Destino
Setembro 08, 2024
Vejo-me ao longe,
Distante e apagada
Como o calor de Setembro.
Haverá um regresso,
Um renascer?
Um corpo
Que exige deleite?
Uma sede
Que procura vingança?
Como um chão
Que reclama vindima?
Como um rio
Que corre de esperança?
Atravesso o rio
A nado,
A custo,
A medo,
E então lembro-me
Que não sei nadar!
Encolho-me e deixo-me
Afundar.
Mas ninguém se afoga
Num leito seco.
Esqueço. Não há regresso.
O céu azul,
O vento arrefecido,
O sol morno,
O tempo quente esquecido,
Seguem o seu curso
E levam-me consigo.
Não há regresso. Esqueço.
De onde vim e quanto fui,
Do que fiz e dei à luz,
Do dia em noite,
Tardias manhãs,
Sono branco,
Sonho em cruz,
Caminho feito
Que não lembro.
Não há regresso.
Sou fim. Sou começo.
Sou Setembro.